Sem pensar duas vezes.

- Eu acho que já sei o que você quer conversar comigo. Pense bem, porque se você disser isso...
- Eu já pensei. - Ele a interrompeu sem nenhum receio. Ela se perdeu por um momento entre os sorrisos silênciosos ao seu redor.
- Pense no que você está fazendo então. Será que você...
- Eu sei o que estou fazendo e também já pensei bastante nas consequências.
Um sorriso irrompera no rosto dele quando continuou:
- Eu pensei em tudo.
- Não, você não pensou em tudo. Você não pensou em mim!
Ela reparou que estava gritando, então se calou assustada consigo mesma. Ele ergueu uma sobrancelha mas continuou com o sorriso. Um sorriso que para ela era de cinismo. 
- Você não é mais tão importante assim. - Ela não entendeu o destaque que ele dera a palavra "você" nem o tom nostálgico da frase, mas havia entendido bem a mensagem. Como ele podia estar fazendo isso com ela? A humilhando assim, na frente de todos os amigos dele e dela. E afinal, porque todos seus amigos estavam indo ante a este ato. Porque metade da escola parecia ter se aglomerado ali, para começo de história? "Até professores..." - ela sussurrou baixinho.  Uma semana atrás, ela havia decidido que aquele era o cara com quem ela passaria o resto dos seus dias sem pensar duas vezes. Até comentou com uma das amigas, quando a mesma perguntou o que ela diria caso ele a pedisse em casamento. Aliás, uma amiga que estava ali, rindo ao ve-la ser destruída pelo namorado. Ou será que ela já devia dizer ex-namorado? Os vários olhos provocavam um efeito paralisante nela. A situação como um todo, provocava. Mas ela precisava ter certeza:
- Então esse é o fim do nosso namoro, Bill? - Ele concordou com a cabeça e depois de um tempo disse:
- Posso dizer que é. 
Ele já havia feito que sim com a cabeça. Para passar a mensagem oralmente também, ele só poderia estar querendo deixar muito claro que não a queria mais, ela concluíu. Bem, ela já estava de sobreaviso: o modo como ele a evitara nos últimos dias, conversando com metade daquela pequena faculdade suburbana e deixando ela sozinha e o bilhete que receberá hoje: "Bill vai terminar o namoro com você."
- Você sabe que eu não vou te perdoar, certo?
- Você irá. - Disse ele com um sorriso que começava a irrita-la
- Não, eu não vou. E embora não agora, em algum momento eu virei a te odiar.
- Não, você sempre me amará. Assim como eu amarei você.
Por que é que essa frase não fazia nenhum sentido? Espere! 
Por que ele estava se ajoellhando? E aquilo... Um anél?
- Amanda, quer casar comigo?
"O que é isso?" ela resmungou para si mesma. Tanto pela pergunta que ele havia feito quanto
pelos cadernos abertos. Sim, cadernos. "Diga sim!" escrito em todas as direções em que ela podia olhar. Havia um som de felicidade. E uma música tocou:
"Eu não sou mais importante e nem você. Mas nós importamos, nós importamos..." - dizia a letra. Aquela era a música deles. Os olhos dela pararam naquela amiga, a qual Amanda havia comentado sobre viver com Bill o resto dos dias. "Diga sim! Sem pensar duas vezes!" estava escrito na folha que segurava. A compreensão  invadiu Amanda junto a um sorriso.
E a felicidade explodiu em comemoração tão logo ela disse:
- Sim!

Como diz o ditado milhões de vezes usado e repaginado:
 "as aparências enganam."
Fiz com o que penso ser, os vestígios da inspiração de meu post retrasado. No projeto era pra ser um fim, sem nenhuma pretensão de começo depois. Mas quando coloquei no papel(no pc), lembrei que "nem tudo é aflição." É a sede romântica e a carência, pegando pesado esses dias. Quero alguém pra amar...
mas quem é a alguém eu não conto, não conto, não conto.


Trilha sonora na faixa, pra vocês:

Espero que gostem. Até a próxima.

Comentários

  1. Confesso que o início não estava me agradando. ^^'
    Porém, eu amei o final. Eu não previ, me envolvi nos sentimentos dela, foi uma coisa legal. Parabéns Rai, está cada vez melhor. Só a música ainda não escutei, assim que ouvir comento.

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  2. Éee...todo mundo quer alguém pra amar em algum momento da vida.
    e em algum momento da vida alguém vai nos amar tb.

    fica bem e aproveita a inspiração.

    :***

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  3. ooown! o 1º momento o odiei, mas depois... Bill é um fofo hahahhaha [mas não gosto dessas coisas tensas de enganar a pessoa, eu sempre fico com dó depois!]

    Parabéns pela escrita e ... realmente... mães... elas são bem complicadas!
    Mas nós vamos superar =]

    bjos

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