Admitir.
- Eu sei que você quer me beijar. - Você quer me beijar. Não confunda o que eu quero com o que você quer. - E o que você quer? - Ah, eu queria um ornitorrinco de pelúcia... E... Bem, um namorado. - Então! Me dá uma chance. Só uma! - Olha, dessa vez eu vou dispensar. - Por que você nunca me dá uma resposta definitiva? Sim ou não, é fácil. Sempre essas respostas cheias de possibilidades e brechas para que eu tenha esperança. "Dessa vez", como se numa próxima você pudesse aceitar. - É que eu não gosto de definitismo. O mundo muda, sabe. - Então eu tenho chances? - Pode ter. - Pode: verbo poder conjugado no presente. Então há possibilidade de eu ter chances, nesse momento? - Existem possibilidades para tudo e em todos os momentos, por mais baixas que sejam elas. - E o que eu poderia fazer para elevar essas possibilidades? - Quer que eu amarre seus cadarços também? - Você é má. - Eu sei. E vo-cê é um baita de um Don Juan. - Dios mio, por que você