Encanto de Ano Novo


Me distraía envelhecendo com o mundo e então apareceu o garoto.
Cada frase que ele dizia o tornava mais interessante e eu acabei caindo num encanto.
Fui devagar, me aproximei, senti o calor que ele exalava. Ele gostava.

Mas eu não sou mais eu. Não como era e devia ser.
Ao invés de atacar fiquei de frescurinha, coisa boba
que comecei a ter de uns tempos pra cá: complicar
e me enrolar com a ideia de que não era eu quem estava mais sedento.
Mas por que não poderia ser?

Fui pra casa dele junto com mais dois.
Ele mostrou a casa, colocou um som, falou das viagens
e conforme minha vontade de ficar com ele crescia, menos eu demonstrava.
Oh, como sou tolo! Sou mais orgulhoso do que pensava.
Se eu quero, que mal me faria insistir um pouco?
Eu poderia pedir um beijo de presente, anotar meu número,
quem sabe até deixar um bilhete...

Qual a culpa dele de não ser como os demais?
E aliás, não era isso o que me chamou a atenção pra começo de história?
Bastou não me dar um gosto pra eu me desesperar.
Eu quis na hora e aí quando não tive não quis saber esperar.

Saí com o orgulho até intacto, mas grande merda!
Frustrei meus desejos e perdi mais uma dessas belas chances que a vida nos dá. 
Nota mental pra aplicar em dois mil e quatorze: mergulhar!

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