Tudo certo, tudo errado, tudo certo de novo

Fim de semana do feriadão combinamos de ir, eu e uma grande amiga minha, lá pra Floripa. Ela fez reservas pra gente, de sexta à segunda, num hostel legal na Lagoa da Conceição e bem do ladinho da Praia Mole. Iríamos no carro novo dela, dividiríamos os gastos com a gasolina e também teve mais gente que topou.

Tudo certo, mas começou a rolar uma conversa estranha na minha empresa: falaram que só iriam dar o sábado de folga para aqueles que não estivessem devendo horas. Eu estava e não eram poucas. Entrei numa corrida maluca chegando todo dia umas duas horas antes, mas valeu a pena, consegui quitar as horas que eu precisava. Aí que a empresa continuou fazendo mistério e deixou cada vez mais como incerto se trabalharíamos ou não, disseram que era melhor não nos planejarmos muito antecipadamente, pois eles só teriam uma posição concreta na quinta-feira. O problema é que eu já tinha me planejado!
Como esperado pela maioria, na quinta anunciaram que iríamos trabalhar no sábado sim, sob ameaça de perder comissão e levar suspensão para aqueles que já tivessem alguma falta injustificada ou advertência naquele mês. Eu já tinha uma falta, então era uma escolha minha entre não ir sábado e receber praticamente metade do meu salário por causa de todos os descontos ou ir e receber praticamente o dobro por causa da comissão e diversas outras bonificações.

Eu e minha amiga recombinamos algumas coisas: ela ía na sexta, já pagaria minha estadia e faria meu check-in no hostel pra que eu não perdesse os outros dias da reserva e eu pegaria um ônibus logo após sair do trabalho, no sábado à tarde. Problema contornado.

No sábado eu saíria às 14hrs40min do trabalho e pegaria o ônibus para Florianópolis às 15hrs15min, já havia comprado a passagem pela internet. De manhã, antes de sair de casa, para previnir qualquer problema, pedi dinheiro emprestado à minha mãe pra pagar um táxi da empresa até a rodoviária aqui de Curitiba, pois eu não teria tempo para encontrar um caixa eletrônico e fazer um saque.

Fui pra empresa, trabalhei e até fechei algumas negociações, minha supervisora deixou eu sair antes, peguei o táxi, o motorista era simpático e ainda faltavam dez minutos pro meu ônibus quando eu cheguei na rodoviária.

De repente: PLOFT! Tudo errado!
O dinheiro havia sumido do meu bolso, o táxista não aceitava cartão e só faltavam dez minutos pro meu ônibus.

Revirei mala, bolsos, olhei se o dinheiro não estava caído ali no banco, mas não achei nada. Só me acalmei quando lembrei que na rodoviária haviam caixas 24 horas. Estava salvo! Falei para o táxista me esperar, deixei a mala no carro, fui retirar a passagem e depois corri para o caixa eletrônico. Tentei quatro vezes e em caixas diferentes, mas a mensagem era que o meu cartão estava bloqueado e que eu precisava entrar em contato com a minha agência. Raiva e desespero. A última vez que eu havia saído do banco o atendente havia garantido-me que estava todo certo.

Ok, voltei até o táxi, tentei negociar, mas não teve jeito, não teve choro.
Esfriei a cabeça com um balde bem gelado de frustração. Fui até a agência novamente para tentar trocar a passagem e pelo menos isso deu certo, entrei mais uma vez no táxi e disse apenas: para Piraquara. Tive que pagar uma corrida com bandeira dois de uma cidade até outra e em cima disso ainda era cobrado taxa de retorno. Aliás, minha mãe pagou. E como o meu cartão estava bloqueado eu ainda tive que emprestar dela o dinheiro que eu fosse usar nos dias que ficasse lá. Foda, tenso, complicado...

A viagem teria que valer muito a pena pra balancear com toda a dor de cabeça.

Mas não é que valeu?!



Foi só descer do ônibus que três dias delíciosos começaram. Conheci uma cidade linda, toda enfeitadinha com mosaicos, que tem paisagens fantásticas para se ver de dia e de noite. Relaxei, li um pouco do meu livro atual, deitei na rede, na praia, na grama, senti a natureza. Fiz e participei várias loucuras: desde uma jornada épica cheia de falhas de comunicação até correr riscos de expulsão do hostel por cometer umas infrações. Conheci uma galera sensacional! Ensinamos um gringo e um brasileiro a jogar truco, ficamos bêbados na praia, eu e Juliana demos um mergulho noturno no mar, jogamos várias partidas de uno, descobri que meu gaydar perde pro da Lia, e por falar em Lia, foi ela quem fez tudo acontecer e eu não poderia desejar melhor companhia, mesmo que ela não estivesse nos mais maravilhosos dos seus dias (rs). Na volta para Curitiba um amigo se juntou a nós e ainda ganhamos alguns milhões jogando show do milhão

Tudo certo, tudo errado, tudo certo de novo.

Driblar os obstáculos depende da gente. Com certeza eu poderia ter feito algumas coisas diferentes para amenizar os prejuízos e frustrações, mas isso é uma questão para se aplicar em uma próxima viagem.  

Nova meta cumprida: conheci Floripa!

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